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I Encontro Baiano de Equideocultura

Atualizado: 2 de jul. de 2019

No dia 28 de junho de 2019, a Rota do Jumento esteve presente no I Encontro Baiano de Equideocultura, organizado pelo Núcleo de Estudos, Extensão e Pesquisa em Equídeos (NEEPEq) que é coordenado pela professora da EMVZ da UFBA, a zootecnista Chiara Albano, que também é membro da Comissão estadual de ética, bioética e bem-estar do CRMVBA. O evento aconteceu no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia - UFBA, entre os dias 28 e 29 de junho e contou com apoio da EMVZ, do Esquadrão de Cavalaria da PMBA e do CRMVBA.

A abertura contou com o Dr. Antônio Lisboa, diretor da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA, com o Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, professor Lúcio Leopoldo Aragão da Silva e foi mediada pela professora Chiara Albano. O objetivo desse encontro foi reunir alunos, criadores e usuários do cavalo para conversar sobre questões atuais na Bahia, Nordeste, no Brasil e no mundo sobre a equideocultura.

Durante o encontro foram abordados temas relacionados ao manejo de alimentação e pastagens, doenças nutricionais e metabólicas em equídeos, instalações, treinamento e avaliação de cavalos atletas com enfoque no bem-estar e legislação. Na abordagem prática, foram realizados três minicursos nos temas de morfologia, bem-estar na equitação e doma racional. O evento também promoveu uma mesa redonda que abordou o tema: Riscos sanitários da cadeia de abate de asininos no Nordeste, onde foram convidados para participar membros da FTNJ, FNDJ, ADAB e MAPA. A programação contou com palestras de profissionais como as professoras Camila Duarte, Clarisse Coelho e Chiara Albano. O Dr Frederico Augusto Mazzocca, Médico Veterinário membro da Força Nacional pelos jumentos que está à frente dos cuidados veterinários da tropa de jumentos em Canudos e com a médica veterinária bem-estarista Laura Pereira Pinseta. Ainda com os ilustres profissionais Anderson Gola, treinador e domador de cavalos e com a zootecnista Jamile Alves.

Para o fechamento do ciclo de palestras foi realizada uma mesa redonda que abordou “Os riscos sanitários da cadeia de abate de jumentos do nordeste”, a qual foi moderada pela professora Chiara e participaram o Médico Veterinário Davi Correia Freitas, Fiscal Estadual Agropecuário e Coordenador Estadual do Programa de Sanidade dos Equídeos da ADAB; o Dr Yuri Fernandes Lima, Advogado da Frente Nacional em defesa pelos jumentos; o Dr Frederico Augusto Mazzocca e a dra Laura Pinseta. A proposta da mesa redonda foi informar e atualizar a comunidade acadêmica, civil e de criadores de equídeos da Bahia, sobre o caso Canudos nos aspectos legais, éticos, técnicos e sanitários. Este caso trata do resgate de mais de 600 jumentos nordestinos que aconteceu em fevereiro de 2019. Os animais foram tutelados pelo Fórum Animal e estão até hoje na propriedade em Canudos, onde recebem alimentação e cuidados veterinários financiados pelas ONGs Fórum Animal, Frente Nacional em Defesa pelos Jumentos e The Donkey Sanctuary, e pelas universidades USP, UFAL, UFERSA e UFBA.

Na mesa redonda coordenada pela professora Chiara Albano, estiveram presentes o Médico Veterinário Davi Correia Freitas, Fiscal Estadual Agropecuário e Coordenador Estadual do Programa de Sanidade dos Equídeos da ADAB; o Dr Yuri Fernandes Lima, Advogado da Frente Nacional em defesa pelos jumentos; o Dr Frederico Augusto Mazzocca, Médico Veterinário membro da Força Nacional pelos jumentos que está à frente dos cuidados veterinários da tropa de jumentos em Canudos; e pela médica veterinária bem-estarista Laura Pereira Pinseta.

As discussões da mesa redonda foram iniciadas com o resumo histórico do problema de abandono dos jumentos nordestinos, com o resumo das denúncias de maus tratos no transporte, aglomeração de animais destinados ao abate e crime ambiental que ocorreram após legalização de abatedouros de jumentos no estado da Bahia em 2016, e do caso Canudos que ocorreu após a suspensão do abate de jumentos em dezembro de 2018.

A atuação da Agência de defesa sanitária da Bahia, foi explicada pelo Coordenador Estadual do Programa de Sanidade dos Equídeos da ADAB, Davi Freitas. Ao iniciar a mesa redonda, em tom de consternação e sinceridade, onde reconheceu falhas na identificação dos animais, no atraso dos resultados dos exames de AIE e Mormo por falta de reagentes, ressaltando o valor de aprender com os erros em situações novas e complexas visando melhorar a atuação da defesa no Estado. Ainda pontuou a deterioração e desvalorização do quadro de agentes aliada a burocracia que foi apontada como entrave. Denotando-se a conscientização de futuros profissionais da área, proprietários de cavalos e do CFMV a necessidade de novos concursos para melhorar a defesa sanitária do Estado da Bahia e do Brasil, frente a crescente demanda.

O Dr Yuri discorreu sobre as questões legislativas e esclareceu a respeito das ações movidas pela FNDJ que culminaram com a suspensão do abate de jumentos na Bahia. Pontuou que as liminares para derrubar a suspensão do abate não tiveram êxito e que isso dificilmente acontecerá. O Dr Frederico Mazzoca retomou o tópico do comprometimento metabólico decorrente de nutrição inadequada, maus-tratos e estresse no manejo, que resultaram em um quadro de mortalidade elevada e contínua, mesmo com intervenção veterinária e adequação do manejo. Ponderou que frente ao comprometimento do bem-estar dos animais vivenciado em Canudos, outras propriedades que atuam de forma semelhante são passíveis de maus-tratos aos animais, corroborando a proibição do abate de jumentos. Conclamou estudantes a se engajar e divulgar a causa dos jumentos protegendo os animais da espoliação e a sanidade da cadeia equestre. A Dra Laura citou a importância da transparência das comunicações entre os envolvidos e agradeceu os membros da mesa pela prática desta conduta. Ademais, levantou a questão da sobrecarga que sofre a sociedade civil no Brasil, em relação a problemas sociais e de saúde pública, entre outros, e a possibilidade da responsabilização criminal dos proprietários das fazendas que aglomeram jumentos de formas inadequadas, sob os parâmetros do bem-estar animal e do direito ambiental brasileiro.

A plateia participou com considerações e perguntas. A professora Chiara destacou a singularidade do caso ressaltando as dificuldades enfrentadas pelo grupo que assumiu os cuidados dos animais e os desafios atuais para a destinação dos jumentos.

Os alunos da ACCS: Jumento: Contexto Socioeconômico e Cultural do Nordeste (2019.1), participaram do evento distribuindo cartilhas e panfletos produzidos durante o semestre, contendo informações como: cuidados, novas funções e riscos que correm esses animais no século XXI, com o propósito de divulgar o contexto atual dos Jumentos Nordestinos. Os participantes do evento foram convidados a responder o questionário desenvolvido na disciplina sobre os conhecimentos das funções, da importância e dos problemas que vêm acontecendo com o jumento nordestino.

Nós, alunos da MEVC65 2019.1, estamos muito gratos e felizes com a oportunidade que tivemos de aprender sobre o universo dos equídeos, em especial sobre o contexto atual do nosso querido Jumento Nordestino, ao qual adquirimos mais apreço e, hoje, nos consideramos ativistas em defesa dessa espécie tão importante para a história da humanidade.



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